Relatos do Além #16: Meu querido Avô!
A mais de 20 anos atrás perdi o meu avô, por quem tinha um amor muito grande, fiquei inconsolável e por isso não queria nem ir mais para a casa dos meus avós no Rio de Janeiro, mas certo dia depois de tanto os meus pais insistirem aceitei ir para Angra dos Reis ver minha avó, na época fazia mais ou menos 1 ano que meu vô havia falecido,mas eu ainda sentia muita saudade ( sinto até hoje), quando cheguei lá fui andando pela casa e lembrando de cada cantinho que ele gostava de ficar, até que vi seu velho chapéu, que era inseparável, ai então não me contive e chorei muito, naquela noite e todas as noites seguintes eu rezava e pedia que queria ver meu vô mais uma vez. Em todas as noites que se seguiram eu acordava com uma voz me chamando, ou com uma sacudida que eu não entendia de onde vinha, mas achava que era coisa da minha cabeça e voltava a dormir.
Nessa viagem tinha ido uma prima minha, o esposo e os filhos, gostávamos de viajar sempre em um grupo grande, na casa da minha avó tinha muitos quartos e era igual coração de mãe sempre cabia mais um.
E assim segui pedindo todas as noites para que eu pudesse ver meu vô uma ultima vez, na ultima noite nossa em Angra dos reis, acordei no meio da noite com uma voz masculina me chamando, achei novamente que era coisa da minha cabeça e não levantei, de repente me deu uma vontade insuportável de ir no banheiro, mas o medo de atravessar a sala e a cozinha enorme e escura me impedia de levantar, e eu comecei a ouvir aquela voz masculina chamando o meu nome bem baixinho, até que começou a chamar por " neguinha", fiquei congelada, era assim que o meu vô me chamava carinhosamente, mas mesmo assim o medo não me deixou sair do lugar, fiquei deitada até cair no sono novamente, no dia seguinte arrumamos nossas coisas e partimos para a rodoviária de Angra dos Reis rumo a São Paulo onde moro até hoje, quando estávamos dentro do ônibus minha prima começou a contar para a minha mãe que como estava muito calor na noite passada foi dormir no sofá da sala, sofá esse que ficava de frente para o banheiro e ela tinha pedido para o meu tio deixar a luz do banheiro acesa, ela contou ainda que no meio da noite acordou de repente e olhou na direção do banheiro e viu um homem alto, magro, de pele escura e de chapéu, e que o homem vestia uma camisa verde água bem clarinha e uma calça cor bege, quando ouvi isso o meu corpo estremeceu, ela tinha acabado de descrever o meu avô, inclusive com a roupa que ele mais gostava de usar e se não me engano, a roupa com a qual ele foi sepultado, comecei a chorar desesperadamente porque sabia que tinha perdido a oportunidade de ter visto meu avô por uma ultima vez, até hoje não me conformo por ter sido tão medrosa.
Relato enviado por: Adriana Santos
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