Além da Imaginação Real

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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Contos do Além: A Garota que Amava o Escuro!


Ela aos olhos dos outros era uma garota um tanto comum, mais quem a realmente conhecia sabia que ela definitivamente não era normal. Samanta era uma garota de 16 anos, de pele tão branca quando a neve, cabelos ondulados e negros tal como a noite escura, onde muitos se perdem em desespero e seus olhos eram totalmente sombrios e sem vida.
Desde pequena adorava ficar no escuro, onde se sentia segura, na pré-escola sempre gritava e esperneava quando tinha que ficar no parquinho brincando á luz do sol com as outras crianças, preferindo sempre ficar no canto mais escuro e escondida longe de tudo e de todos. Quando fez 13 anos, ela parou de sair de casa, e quando saia era sempre a noite ou em dias muito nublados, sempre coberta por mantos negros e grossos.
Seu maior divertimento era ficar trancada em seu quarto, que mais se parecia com uma caverna sombria, fria e úmida, apenas iluminada por uma vela cuja chama era fraca para dar a menor iluminação possível. Dentro do seu "mundo" ela não temia nada, de tanto conviver nas sombras seus olhos já haviam se acostumado, tanto que só pude vê-la chorar uma vez, quando na foto de família, que ela foi obrigada a aparecer, o flash da maquina fotográfica a atordoou e uma singela lagrima fria e ausente de sentimentos escorreu pela sua face pálida.
Seus pais não sabiam mais o que fazer com ela, então decidiram iluminar seu quarto, e para isso armaram um terrível plano. No inicio da noite sua mãe a levou para sair, dar uma caminhada. Enquanto isso, seu pai colocou uma janela de vidro grande bem na direção de onde o sol nascia, colocou também varias luminárias e para garantir que ela não volta-se ao escuro eles esconderam todas as cortinas.
Após voltado, logo pela manha ao acordar,Samanta encontrou seu quarto, que antes era um comodo escuro e úmido, tinha se tornado um lugar quente, alegre e iluminado. Desesperadamente procurou pela casa algum modo de fazer seu amado quarto voltar a ser o que era antes, olhou em volta e então pela maldita janela avistou no quintal um cobertor negro e grosso, que estava estendido no varal, o suficiente para cobrir a entrada da luz. Apanhou uma tesoura para cortá-lo e correu para o quintal, mais ao sair para fora de casa e pegar o cobertor, um raio de luz do sol iluminou sua face fazendo a ficar um pouco atordoada,seus olhos queimavam pela irritação que a luz lhe causava. Seu desejo de sair daquela luz e voltar o mais rápido possível para a escuridão de seu quarto, era tão forte que ela correu e se enroscou na coberta que estava estendida no varal, então ela escorregou e caiu, ferindo seu pescoço com a tesoura, rapidamente ela começou a perder muito sangue,  passou a respirar com muita dificuldade e sua vista escurecia cada vez mais, ela sabia que sua hora havia chegado enquanto ouvia os gritos de desespero de sua mãe. Mais ela não sentia mais medo algum... ela estava até feliz, pois agora poderia passar a eternidade onde mais ela amava. Na imensa escuridão vazia.

Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!


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