Roteiro de viagens do Além! #8
Todos os dias e anos em cada canto do mundo, o turismo de horror vem aumentando. Agências oferecem passeios em locais onde aconteceram homicídios, prisões oferecendo pacotes em que o hospede é tratado como um presidiário e visitas em casas mal assombradas.
Porque as pessoas querem tanto visitar lugares que muitas vezes são marcados pelo sofrimento?
Os motivos são vários, desde aprender com os erros do passado como também apenas pela simples curiosidade, estudiosos querendo investigar esses fenômenos paranormais e etc.
Seja qual for seu interesse, tenha uma boa viagem
A Floresta Aokigahara
Ilha Honshu, Japão
Logo no estacionamento onde encontra-se a entrada da floresta Aokigahara, sempre existem carros abandonados há meses, de pessoas que entraram para nunca mais sair.
Uma placa ao lado suplica: ''sua vida é um bem precioso para seus pais. Por favor pense neles, em seus irmãos e filhos''.
Para mais ou menos 100 pessoas por ano, em média, o apelo é em vão. Daí os carros abandonados na entrada. Ou as barracas vazias, cheias de comida estragando.
Ou os bilhetes de suicídio pregados aos troncos ou as cordas penduradas nos galhos das árvores centenárias.
As plantas foram um cenário tão denso que o ambiente é sempre um tanto escuro, mesmo nos dias de mais sol. O silêncio é dos mais profundos. É tão fácil se perder que faixas amarelas esticadas para todo lado, como linhas de orientção, indicam que algumas pessoas entram na Floresta do Suicídio sem ter certeza de que querem mesmo se matar.
Com 35km² a área de mata fica espalhada aos pés do Monte Fuji, o mais alto do Japão. Por algum motivo misterioso, há várias décadas, pelo menos, o lugar é procurado por pessoas dispostas a se matar, geralmente por enforcamento ou por envenenamento.
Reza a tradição que a floresta era o destino das famílias que cometiam o ubasute, o suposto antigo costume nipônico de abandonar á própria sorte os mais velhos e os inválidos. Inconformados, seus espíritos teriam se tornado demônios raivosos, os yurei, que se vingariam forçando os jovens visitantes a se matar.
A explicação sobrenatural ajudaria a entender o porque das barracas e das bolsas com água e comida;afinal, se a pessoa já entrou disposta a morrer, porque se dar a esse trabalho todo?
Será que ela não foi atraída por alguma força sobrenatural, que depois a forçou a se matar?
'' É possível que o cenário obscuro e as lendas em torno do local estimulem jovens deprimidos a tirar a própria vida''
Em 1960 o lançamento do romance Kuroi Jukai (''O Mar Negro de Árvores'', sem tradução para o português) reforçou a mítica do lugar. No texto de Seichõ Matsumoto, um romancista muito popular no Japão, uma garota de coração partido procura Aokigahara para se matar. Considerando apenas os 54 anos que se passaram desde então a média anual de corpos, é de se imaginar quantos fantasmas habitam a floresta, segundo a crença local de que a alma de corpos abandonados fica vagando, perdida. É como se a floresta estivesse tomada por espíritos irritados no estilo da menina do poço do filme O Chamado.
Pode-se acreditar ou não em fantasmas, mas os cadáveres estão lá, e são muitos. Dada a dificuldade em explorar o local, a polícia faz apenas uma coleta por ano, para retirar todos os restos mortais que consegue encontrar. Por isso quem se atreve a entrar na floresta está sujeito a esbarrar em cadáveres em diferentes estados de decomposição.
O mais curioso é que a área é interessante para os ecoturistas porque tem uma série de cavernas de grande beleza e pontos de onde é possível ver o Monte Fuji de ângulos exclusivos.
Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!
Acessem e se inscrevam também no nosso canal Além da Imaginação Real: Clique Aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário