Além da Imaginação Real

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quarta-feira, 30 de março de 2016

Lenda Urbana de Terror #2: Vamos Brincar no Céu?


André era um garotinho de seis anos, muito ativo e alegre. Tinha vários amigos onde morava e todos gostavam dele. Certo dia sua mãe deu-lhe a noticia de que iriam mudar de cidade. Depois da mudança ele teve muita dificuldade em fazer novos amigos, pois eles se mudaram para uma casa remota, longe da cidade. Afundado em uma depressão ele André sentia-se cada vez pior, deixando seus pais preocupados. Mas o tempo foi passando e ele foi se adaptando a sua nova realidade.
Um dia sua mãe o observava brincando sozinho no quintal da casa. Parecia feliz, mas estava conversando sozinho. E foi ao seu encontro.

“Com quem você está conversando?”

“Com Marcel, meu amigo.”

“Quem é ele? Seu amigo imaginário?”

“Não mãe, ele é real, mas você não pode vê-lo. Ele me disse que mora no céu.”

Preocupada ela levou o menino ao psicólogo que não detectou nenhuma anormalidade em André e disse que talvez ele houvesse criado um amigo imaginário para lidar com sua solidão e que isso iria passar com o tempo.
Outra vez André brincava no quintal, estava no balanço conversando animadamente. Quando sua mãe apareceu ele se assustou e ficou em silêncio, para seu espanto um dos balanços que estavam vazios estava balançando como se alguém estivesse ali, mas pouco a pouco foi parando.

“Por que o susto filho?”

“Nada mãe, não te vi chegando.”

“O que você estava conversando com Marcel?”

“É um segredo muito legal, mas ele disse que eu não posso te contar.”

“Eu sou sua mãe, você tem que confiar em mim.” – disse ela abraçando seu filho.

“Ele me disse que vai me levar para brincar no céu com ele. Também falou que lá eu poderei voar.”

“Eu te proíbo de ir lá.” – disse a mãe com lagrimas nos olhos e com o coração apertado.

Duas semanas depois André preparava-se para dormir. Enquanto sua mãe o cobria ele disse:

“Mãe o Marcel voltou hoje e disse que amanhã eu vou ir para o céu brincar com ele.”

“Não, eu já te disse que não quero que você vá com ele.” – disse ela novamente sentindo um aperto no coração.

No outro dia, a mãe de André queria tirar ele dali com medo de que algo acontecesse, apesar de ser cética sentia um aperto no coração inexplicável. Foram até o parque de diversões da cidade onde o garoto pode distrair-se e brincar enquanto sua mãe tirava fotos.

“Mamãe!” – gritou André se mostrando em cima de um brinquedo.

Sua mãe bateu uma foto e o mandou sair de lá, pois ele poderia escorregar e cair. Ao olhar no visor de sua máquina digital se assustou ao ver uma sombra ao lado do menino. Ela escutou um grito e quando se virou, quando viu André caindo, batendo o corpo em cada parte do brinquedo até atingir o chão. André morreu a caminho do hospital.
Algum tempo depois, a mãe do menino com saudades entrou no quarto que desde a morte do filho estava fechado. Começou a olhar os papéis e ficou aterrorizada quando achou um desenho igual a foto que tinha batido segundos antes da morte de André, e no topo da folha a frase: “Vamos brincar no céu?”.

Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!

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terça-feira, 29 de março de 2016

Lenda Urbana de Terror #1: Anatomia!


Dr. Frank era professor de universidade, homem da ciência e cético a qualquer assunto relacionado à religião. “Se não esta provado pela ciência não existe”, dizia ele quando se via no meio de uma conversa sobre o tema.
Certo dia, saindo do seu carro quando chegou à universidade para sua aula noturna escutou uma voz:
“Dr. Frank?” – disse uma moça de uns 17 anos aproximando dele.
“Pois não?” – perguntou curioso para saber quem era aquela moça, definitivamente nenhuma de suas alunas, ele conhecia a todos pelos nomes.

“Sou a filha da Marisa, sua colega de Yoga” – respondeu a moça com um belo sorriso. “Desculpa te incomodar, mas eu estou a ponto de prestar vestibular, sonho em ser médica mas não sei se tenho estomago, queria assistir uma de suas aulas de anatomia se possível.”

“Humm, esta bem, apesar de que não deveria permitir, estou somente prestando um favor a sua mãe.” – respondeu Dr. Frank já andando em direção ao prédio.

Caminharam por uns 5 minutos até chegarem à sala onde Dr. Frank iria dar sua aula.

“Olha, não atrapalhe minha aula, não faça perguntas e não fale nada. Senta nessa cadeira e assista. Quando formos analisar os corpos você pode chegar perto. Não quero me meter em encrenca por trazer você aqui.” – disse ele com ar sério.

O tempo foi passando, chegaram os alunos e a aula começou. Dr. Frank olhava para a moça uma vez ou outra , que parecia muito interessada na aula. Algum tempo depois pediu a dois alunos que tirassem dois corpos do freezer para que ele os demonstrasse um procedimento.

“Professor, tem dois corpos recém chegados aqui. São indigentes, encontrados pela policia alguns dias atrás, foram mortos a tiros, esta aqui o relatório. Ainda não foram usados para estudo.” – Disse o rapaz estendendo uma prancheta com a informação dos cadáveres.

Olhando o relatório o professor balançou a cabeça dizendo que sim.

Os dois alunos retiraram os corpos dos plásticos e os colocaram em cima de uma mesa. A moça se levantou e curiosa aproximou-se dos corpos.
“Dr. Frank, cuida de mim, por favor.” – disse ela tremendo, com olhar estranho e se aproximando do professor, que imediatamente foi falar com ela.
Ela se virou e saiu correndo da sala e ele foi atrás dela, quando alcançou o corredor não a viu mais. Se aproximou do vigia.

“O senhor viu para onde foi a moça que saiu da minha sala?” – perguntou Dr. Frank.

“Ninguém passou por aqui não senhor.” – respondeu o vigia intrigado.

“A moça que entrou comigo mais cedo para aula de anatomia”. – explicou ele.

“Me desculpa Dr. eu não vi ninguém entrar com o senhor”. – contestou o homem mais intrigado ainda.
Dr. Frank virou-se em direção à sala agarrando o celular do bolso. Selecionou o celular de Marisa, segundos depois alguém atendeu.

“Oi Marisa, é o Frank da aula de Yoga. Escuta, sua filha esteve aqui e pediu para assistir uma das minhas aulas de anatomia. Acho que ela não agüentou ver os cadáveres e foi embora chorando.” – contou ele a mãe da moça.

“Estranho, ela foi acampar com o namorado e deveria estar de volta somente amanhã”. – respondeu Marisa com ar preocupado.

“Bom, pode ter sido outra Marisa então, eu conectei com você primeiro, mas deixa pra lá, eu tenho ir que meus alunos me esperam.” – disse e já desligando o telefone. “Acampamento... sei, esses adolescentes”.

Ele voltou a sala onde os alunos já haviam começado a estudar os corpos, se aproximou da mesa para tomar a liderança da aula novamente. Sua feição mudou completamente, o terror tomou conta de seu corpo.

“Para” – gritou Frank tirando a mão do rapaz que estava dentro do abdômen do cadáver. “Ela não é indigente, eu a conheço.” – disse ele aterrorizado.

Ali deitada na mesa de estudo com o tronco do seu corpo aberto, estava a filha de Marisa. Dr. Frank tremia da cabeça aos pés. Não sabia o que pensar, estava confuso e com medo pois aquilo era novidade para ele. Ele deu um passo em direção a porta, ali estava ela novamente. A brisa da noite tocou sua nuca e ele arrepiou. 

“Me devolve pra minha mãe.” – disse a ela com voz tremula.

Um segundo depois já não estava mais lá. Dr. Frank dispensou seus alunos, sentou-se onde supostamente estava a garota e ali ficou por horas pensando em tudo, tudo o que ele não acreditava teria que reconsiderar.


Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!


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sexta-feira, 25 de março de 2016

Contos do Além: A Brincadeira do Copo!


Eram 03:10 da manhã, o telefone tocou! Um presem timento ruim, pensei logo no pior! Quem terá morrido? Quem terá tido um acidente? Ou seria alguma chamada urgente do trabalho? Ou alguma brincadeira de mau gosto por parte de quem tem insônias? Não, não era brincadeira. O telefonema era sério.
Uma amiga minha, de 15 anos de idade, de uma cidade vizinha, estava do outro lado da linha, num descontrole nervoso por demais evidente. A história conta-se em breves pinceladas.
Sofia, de 15 anos de idade, tinha feito uma sessão mediúnica para tentar falar com os espíritos, e assim tentar saber notícias do seu primo, há cerca de dois anos desencarnado (falecido) num desastre de moto. Juntou-se mais uns amigos e já não era a primeira vez que o faziam. À volta de uma mesa utilizavam a Brincadeira do Copo, com um abecedário em volta, a palavra sim e não, números de 0 a 9 e invocavam a presença de pessoas já falecidas. Nessa noite, Sofia vira o copo se mexer, (como aliás das outras vezes) Mas dessa vez ela sentiu-se diferente, e ao perguntarem quem estava presente a resposta fora: "Satanás". Entre outras "revelações" chocantes, acabaram por terminar o jogo.
Sofia, ficou assustadíssima, não conseguia mais dormir, pois acreditava que tinha se comunicado com o Satanás.Sofia a partir desse dia se deixou consumir por um pavor que mal conseguia ficar sã, mal comia ou conseguia pensar em qualquer outras coisas para se ocupar...e assim depois de vários dias foi se desconfigurando, se isolava em seu quarto escuro, mal saia de casa, estava cada vez mais magra...seus olhos cada vez mais fundos e escuros.
Então seus pais sem saber o que fazer a internaram em um hospício, tentando achar uma solução para tentar ajuda-la a melhorar...Mas foi tudo em vão, dias depois após a internação. Sofia desapareceu sem a menor explicação...E até hoje ninguém mais soube dela, nem mesmo se continua viva ou não...a ultima vez em que foi vista segundo os clínicos que ali trabalhavam, relatam que ela já estava causando um grande alvoroço entre as pessoas que já estavam internadas ali a mais tempo, como se quisesse causar uma grande guerra, jogando um contra o outro.
Segundo alguns dos pacientes relataram terem visto o satanás, e que ele estaria entre nós.

Adaptação: Milena Zorek!

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terça-feira, 22 de março de 2016

Notícias do Além: Macabro! Homem diz que suas bonecas são assombradas por fantasmas.


Um britânico ficou famoso depois de fazer a curadoria de uma coleção assustadora de nove bonecas velhas, que, segundo ele, são assombradas por fantasmas.
Ian Rogers, de 36 anos, contou que se interessou por brinquedos paranormais quando ainda era uma criança.
Ele contou que participou de sua primeira sessão de "caça aos fantasmas" no ano 2000 
desde então, gastou centenas de libras com bonecas e pretende investir ainda mais em novos itens para aumentar sua coleção macabra
Nesta foto, Ian segura um boneco que ele diz ser assombrado por um espírito de um homem belga que gosta de jazz 


Esta é a boneca Harriet. O brinquedo supostamente carrega o espírito de uma garota de 17 anos que está com muita raiva


Sua boneca favorita é Annabel (na foto ao seu lado), que ele pensa que é assombrada por uma menina de sete anos de idade que se afogou


Ian costuma levar os seus bonecos para eventos e faz apresentações contando suas histórias
Ian espera que sua próxima compra paranormal seja um espelho mal assombrado.



Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!


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quarta-feira, 16 de março de 2016

Relatos do Além #8: O comedor de fígados!


Olá, me chamo Evelyn e gostaria de compartilhar um relato que minha tátara avó contava a minha mãe e meus tios. E minha mãe me contou sobre isso a umas semanas atrás quando tinha faltado a luz aqui no bairro.
Minha tátara avó tinha sido contratada para trabalhar de faxineira,em um casarão enorme praticamente uma mansão que ficava em um bairro nobre. Assim ela foi até lá conhecer o bairro,quando ela chegou no casarão, uma senhora bem velha disse para que ela não fosse trabalhar naquela casa, pois tinha um monstro em um daqueles quartos. Mas minha tátara avó não se importou afinal ela ia ser muito bem paga, então começou a trabalhar naquele casarão,um certo dia ela teve que trabalhar até tarde, e só havia ela de faxineira,naquele dia, não havia outros funcionários.
Havia um casal que também trabalhavam no local, eles eram muito reservados, e tinham um quarto com uma fechadura.Minha tátara avó tinha ido limpar um quarto que ficava acima do quarto desse casal, e ela notou que no chão desse quarto tinha um tapete em cima de algumas madeiras soltas, e de repente ela ouviu um barulho estranho vindo de baixo do tapete, do quarto onde ela estava limpando.
Então ela tirou o tapete e deslocou as madeiras que estavam soltas,sem fazer nenhum barulho, para não ser notada caso algo viesse a acontecer.
Foi então que ela viu através de um buraco que tinha de baixo daquelas madeiras soltas, uma coisa muito magra e pálida com as mão muito grandes comendo um fígado a coisa devorava o fígado de uma forma brutal,como se fosse um animal.
Minha tátara avó ficou horrorizada com o que tinha visto, colocou tudo no lugar e fingiu que não havia visto nada, e lembrou-se daquela senhora que havia dito a ela para não trabalhar naquela casa. No outro dia ela inventou uma mentira para sair do emprego.E partiu em busca de outro trabalho.


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terça-feira, 15 de março de 2016

Contos do Além: Não Pise Nas Sepulturas!


Em uma noite um grupo de jovens estavam voltando de uma festa ainda animados.Eles bebiam e riam alegremente,até que um deles, ao perceber que estavam chegando perto do cemitério da cidade, decidiu contar histórias de terror. As meninas do grupo foram as que estavam ficando mais assustadas com suas histórias.

- Estamos quase passando pelo cemitério, vocês sabiam que nunca devemos pisar em um túmulo após o sol se por? Se vocês fizerem isto o morto agarra suas pernas e as puxa para dentro da sepultura.

- Mentira. – disse uma delas. – Isto é só uma superstição antiga.

- Se você é tão corajosa, por que não nos mostra? Eu lhe dou R$ 50,00 reais se você pisar em alguma sepultura.

- Eu não tenho medo de sepulturas e nem dos mortos. Se você quiser faço isso agora.

O menino lhe estendeu uma faca e disse:

- Crave isto em um dos túmulos e então nos saberemos que você esteve lá.

Sem hesitar a garota tomou-lhe a faca e caminhou até a entrada do cemitério, sobre a surpresa dos olhos de seus amigos que duvidavam que ela tivesse esta coragem. A garota entrou no cemitério onde o silencio era total, sombras fantasmagóricas eram formadas pela luz do luar e ela teve a impressão que centenas de olhos a observavam. Chegando ao centro do cemitério ela olhou em volta.

- Não há nada a temer – disse a si mesma tentando se acalmar.

Então ela escolheu um túmulo e pisou nele, depois cravou a faca no chão e virou-se para ir embora, mas algo a deteve. Tentou novamente , mas não conseguiu se mover, ficou apavorada!

- Alguém esta me segurando!!! – disse em voz alta e caiu no chão.

Como ela demorava a voltar o grupo de amigos decidiu ir atrás dela, caminharam um pouco e a encontraram sobre um túmulo. Ela estava morta com uma expressão de terror em seu rosto. Inadvertidamente a própria garota havia cravado com a faca sua saia no chão, com muito medo ela pensara que algo sobrenatural a segurava e sofreu um ataque cardíaco morrendo em seguida...


Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!

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segunda-feira, 7 de março de 2016

Notícias do Além: Chinesa morre de sede ao ficar presa um mês dentro de um elevador!


Uma mulher morreu de sede após ficar presa em um elevador por um mês na China. Segundo a imprensa local, funcionários da manutenção não ouviram pessoas dentro do elevador.
Os operários foram chamados para reparar um elevador com problema no começo de janeiro na cidade de Xi´an, no norte do país. Segundo a imprensa local, eles gritaram perguntando se havia alguém dentro e, ao não receber resposta, desligaram o equipamento e foram embora.
A equipe saiu de folga devido ao Ano Novo chinês e encontrou o corpo da mulher somente um mês depois dentro do elevador, que havia travado entre o 10º e o 11º andar. Além do cadáver, os operários encontraram as paredes repletas de arranhões feitos pela mulher desesperada.
De acordo com o governo, a morte foi causada por um grave erro da empresa de manutenção, que não checou corretamente se havia pessoas presas antes de cortar a energia do equipamento. A mulher tinha 43 anos e vivia sozinha no apartamento.
A polícia já fez diversas prisões e o caso está sendo julgado como homicídio involuntário. Acidentes de segurança são comuns na China devido à pouca fiscalização das empresas e o alto índice de corrupção entre as autoridades. 

Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!

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sexta-feira, 4 de março de 2016

Dicas do Além: A Bruxa!


O filme "A Bruxa" é situado na Nova Inglaterra, no ano de 1630, é narrado pela jovem Thomasin. Após a mudança de sua família para a nova casa, coisas estranhas começam a acontecer: animais tornam-se malévolos, a plantação morre e uma criança desaparece aparentemente possuída por um espírito maligno. Desconfiados e paranoicos, os membros da família acusam a adolescente de praticar feitiçaria.

Confira o trailer:



E para que você que se caga de medo, a dica é não vá sozinho ao cinema...

Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!


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terça-feira, 1 de março de 2016

Contos do Além: O Segredo Oculto!


Maria escancarou as portas do seu armário e sentou-se à beira da cama olhando o enorme volume de roupas que até mesmo poderia jogar fora. Em menos de um ano, já era a terceira vez que teria de se mudar.
Logo agora que estava se acostumando com a nova casa.
Seu pai trabalhava com plantas ornamentais e desejava há algum tempo encontrar um bom lugar para abrir uma floricultura e ter um espaço para plantar suas flores.
Não demorou até que seu pai encontrasse uma casa que atendia às suas necessidades.
E como era de costume, mais uma vez teria de se mudar. A mudança foi numa manhã de sábado.
Tivera tempo para arrumar todas as suas coisas e ainda descansar um pouco.
A casa ficava em zona rural, e os vizinhos mais próximos moravam a aproximadamente um quilômetro e meio.
O lugar era bonito e agradável para quem não gosta da agitação da cidade e prefere o sossego do campo, e o mais importante, havia espaço de sobra para se plantar.
Maria ajudou seu pai a descarregar o restante dos objetos e entrou para começar a arrumação.
Sua mãe já estava no interior da casa à sua espera.
Quando pisou na soleira da porta, jurou ter sentido um arrepio descer-lhe à espinha, e sentiu os cabelos da nuca se arrepiar também.
Bateu três vezes na madeira pensando neutralizar qualquer energia negativa.
Sua mãe estava feliz com a nova casa. Era espaçosa, arejada, os quartos eram amplos, a varanda era aconchegante.
Um lugar agradável. A construção era antiga, mas a velha casa permanecia de pé e não aparentava toda idade que tinha, pois há pouco havia sido reformada.
O dia foi longo para Maria. Trabalhou bastante até conseguir deixar tudo em ordem e a seu gosto.
Seu irmãozinho, Fernando, de apenas seis anos de idade, apenas brincou o dia todo em um banco de areia que havia no quintal.
A noite não demorou a chegar e logo a família se reuniu para jantar.
Maria sentia falta dos barulhos da noite na cidade. Tudo ali era tranqüilo demais.
Havia dois quartos na casa, uma sala, a cozinha e o banheiro.
Dormiria com seu irmão em um quarto, enquanto seus pais ficariam com o outro.
O fim de semana passou rápido. Na segunda-feira ela teve de ficar sozinha com seu irmão, pois seus pais tiveram de ir para a floricultura que era distante dali.
Procurou fazer todos os seus afazeres de manhã para que tivesse algum tempo para brincar com Fernando.
Sentia falta de ter pessoas para conversar, mas acreditava que aos poucos se acostumaria.
Era difícil passar o dia todo apenas na companhia de seu irmão. Seus pais sempre chegavam quando já estava escuro.
Com o passar dos dias sentiu que não gostava de ficar dentro de casa. Era fria e úmida, bem diferente de quando chegou.
Vivia constantemente usando blusas, mesmo quando o sol brilhava lá fora.
Apenas Fernando não sentia o mesmo, vivia arrastando seus carrinhos pelo chão usando apenas bermudas.
Sentia-se cada vez mais sozinha e até mesmo chegou a comentar isto com seus pais, que não se importaram muito, dizendo que tudo não passava de uma fase de transição.
Passou a achar que enlouquecia. Toda vez que se deitava para dormir, não conseguia pegar no sono.
Virava de um lado pro outro tentando achar a melhor posição.
Deixando o quarto sempre o mais escuro possível, e mesmo assim passou a ver imagens estampadas na parede.
Esfregava os olhos várias vezes, mas elas não desapareciam. Pensava ser coisa de uma mente alucinada.
Noites a fio passava observando as imagens na parede que às vezes formavam rostos e outras vezes eram apenas espirais que giravam insistentemente.
Não contou isso a ninguém para que não atestassem sua loucura.
Desejava não ter de dormir mais naquele quarto.
Tentou algumas vezes dormir na sala, o que não ajudou muito, pois coisas piores aconteciam ali.
Dormia no sofá e por vezes sentia alguém lhe puxar o cobertor com violência.
Levantava-se assustada e assim que colocava os pés no chão, mãos geladas agarravam seus calcanhares.
Tentava gritar, mas sua voz saía sempre como um gemido.
Quando conseguia correr até o quarto dos pais, sempre ouvia a mesma frase: “Está sonhando ou imaginando coisas!”.
Mas ela sabia que não era isso. Estava certa de que não era. Estava profundamente perturbada.
Para piorar sua situação, seus pais passaram a levar Fernando com eles para que fosse à escola e apenas o traziam de volta à noite.
O fato de estar definitivamente sozinha fez com que os fenômenos aumentassem.
Quando estava na sala ouvia ruídos vindos da cozinha. Encolhia as pernas sobre o sofá e tapava os ouvidos.
Não era suficiente para que não ouvisse as portas do armário se abrindo, os copos e pratos sendo quebrados, torneira sendo aberta. Era enlouquecedor. Quando era tomada de certa coragem, levantava-se e ia até a cozinha e para sua surpresa, sempre tudo permanecia intacto, em seus devidos lugares.
Aos poucos foi emagrecendo, seus olhos viviam com olheiras, em seu corpo apareciam marcas roxas, como se fosse espancada por alguém e, mesmo assim seus pais ainda achavam que ela apenas tinha uma mente fértil demais.
Cansada de vivenciar aquele tormento, decidiu abandonar tudo. Andou e andou até avistar a casa dos vizinhos mais próximos.
Estava exausta. O sol estava a pino. Decidiu bater palmas e pedir um pouco de água.
Uma mulher aparentemente simpática veio atender.
Maria a cumprimentou e disse-lhe onde morava. A mulher arqueou um pouco a sobrancelha.
Após conversarem um pouco do lado de fora, a mulher a convidou para entrar.

— Então você mora na casa velha? – perguntou a mulher enquanto servia-lhe água.

Maria apenas meneou a cabeça.

— E você está gostando de lá?

Silêncio entre as duas.

— Na realidade… Não!

A mulher sentou-se fixando o olhar sobre a jovem.

— Percebo que não está feliz. Talvez eu possa ajudá-la.

— Talvez não! – Maria suspirou.

— Não aparenta ser uma pessoa feliz. Existe algo que a preocupa? Não precisa ter medo de se abrir.

Maria não conteve as lágrimas. Ignorou a voz que no fundo a mandava voltar para casa e falou:

— Sim. Talvez tenha algo a dizer. Coisas ruins vêm acontecendo comigo. Apenas comigo.

— Não precisa me falar muita coisa. Poupe seu coração. Moro aqui há algum tempo e já ouvi muitas histórias.

Não precisa me contar. Posso imaginar! – disse a mulher, enquanto discretamente observava as marcas nos braços dela.

— Então a senhora acredita em mim? Naquela casa existe mesmo algo sobrenatural? O que sabe a respeito?

— Bem… Quando me disse onde morava, confesso que meu coração gelou.

Há muito tempo atrás, viveu naquela casa uma família.
Três filhos e sua mãe, já idosa. Eles viviam bem, mas um dos filhos enlouqueceu.
Via vultos, objetos que caíam no chão, coisas que se quebravam. Dizem que ele acabou contagiando os irmãos com sua loucura e por fim, os três acabaram por matar a própria mãe, e dizem que a enterraram sob o chão da cozinha.
Essa história chocou muita gente, pois eles ainda moraram durante um bom tempo na casa, sobre o túmulo da mãe.
A jovem sentiu medo. Aquela história era inacreditável. Não deveria ser verdade.
Tomou a água rapidamente e despediu-se da mulher, correndo de volta para casa.
Quando chegou, tudo estava como havia deixado. Entrou devagar pela porta que dava na cozinha.
Olhou ao redor e não viu nada de estranho. Lembrou-se de que a mulher havia dito que o túmulo da velha era na cozinha.
Puxou a mesa para um canto e abaixou-se para arrastar o tapete, não conseguiu, pois todos os armários começaram a se abrir novamente e os pratos e copos eram cuspidos de dentro deles com violência sobre ela.
As gavetas começaram a se abrir e fechar, e os talheres também voavam lá de dentro em sua direção.
Ela não se deixou impressionar, mesmo sentindo seu corpo paralisado pelo temor, não desistiu.
O tapete parecia estar preso ao chão, não se soltava.
Um vento forte vindo do lado de fora a jogou contra a parede, abrindo um corte em sua fronte.
Recordou-se de que sua mãe dizia que contra os poderes do mal, apenas a oração fazia algum efeito, resolveu iniciar uma série de orações que se lembrava. A princípio não surtiu efeito, mas devido a sua insistência, os fenômenos cessaram.
Desta forma pode finalmente arrastar o tapete e constatar que o piso da cozinha era irregular.
Havia uma parte que parecia ser nova, como se alguém o tivesse quebrado e o refeito.
Formava perfeitamente o desenho de uma sepultura.
Tomando-se de toda coragem que ainda lhe restava, procurou por alguma ferramenta que a ajudasse a quebrar o piso. Encontrou um pé-de-cabra, e com toda força que tinha, quebrou todo o piso.
Pegou uma pá e em seguida retirou a terra.
Não ficou surpresa ao encontrar a ossada humana.
Sentia-se paralisada pelo pavor, mas ainda conseguiu retirar os ossos e os levar para fora de casa.
Já escurecera e seus pais não demorariam a chegar.
Preparou uma pira improvisada e ateou fogo nos restos mortais que encontrara.
Quando seus pais finalmente chegaram, ela ainda estava no quintal, ajoelhada junto à fogueira.
Assustaram-se em vê-la naquela situação, com as roupas sujas e com terra nas unhas e cabelos.
A abraçaram perguntando o que havia acontecido.
Maria lhes contou tudo, desde o princípio e todos se chocaram com sua história.
Imediatamente resolveram arrumar as coisas e partir para longe dali. Arrependeram-se de não ter dado ouvidos à ela.Partiram para sempre, deixando para trás a velha casa e toda maldição que pairava sobre ela.

Pesquisa e Adaptação: Milena Zorek!


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